O convidado que abre a temporada de 2023 do “Lendas CIMTB Michelin” é o ciclista paulista Osvaldo dos Santos, o Osvaldão, atualmente com 57 anos de idade. Ele foi um dos pioneiros do mountain bike no Brasil, entre os anos de 1980 e 1990. Osvaldão representou o País a nível nacional e internacional, sempre com muita garra e alto nível, conquistando importantes títulos.
Apesar dos mais de 40 anos de história no ciclismo, sendo 35 deles competindo no mountain bike, Osvaldão ainda tem um grande sonho por conquistar no esporte. Quer saber qual? Então leia até o fim o nosso bate-papo com esse ícone do ciclismo brasileiro. Você não vai se arrepender.
1) Como começa a sua história no esporte?
Minha história no esporte começa no BMX. Fui um dos primeiros atletas da modalidade no Brasil. Vi um anúncio no jornal da pista de bicicross da Caloi. Foi quando tomei conhecimento, fui ver onde era e fiz testes. Aí, fui aprovado para fazer parte da equipe de fábrica e integrei a equipe de bicicross. Participamos de vários programas, gravamos o “Geração 80″ da TV Globo, lá no Rio de Janeiro. Enfim, participamos de um filme dos Trapalhões. Foram várias atividades, algo fora do normal para aquela época. Assim, foram oito anos no bicicross.
2) Quando e como começa sua história com o mountain bike?
Aí, apareceu o mountain bike para mim. Vi um anúncio da primeira prova que aconteceria no Brasil, em Teresópolis (RJ). Naquela época, o mountain bike ainda estava engatinhando na minha equipe e eu acabei não indo para lá disputar esse evento. Fiz a primeira que teve no Estado de São Paulo, em Campos do Jordão, realizada pela Renata Falzoni, e eu ganhei. Na segunda prova do Estado, em Atibaia, ganhei também. Isso tudo com bike emprestada. As bikes foram surgindo e evoluindo, até aparecer as bikes de alumínio. Acompanhei bem de pertoeste processo de desenvolvimento da mountain bike. Me destaquei na categoria principal, por volta de 1987, 1988.
3) Em qual momento você percebeu que o esporte ciclismo virou uma profissão?
Senti que foi uma coisa automática quando o MTB passou a ser uma profissão para mim, na categoria elite. As coisas foram acontecendo de forma natural. Passei por várias marcas grandes. Sendo pioneiro em algumas delas. Comecei na cadete e aí fui evoluindo. Tinha um salário e vivia só com isso, dinheiro e patrocínio do MTB. Fui para o Campeonato Mundial de 1991 com patrocínio e tudo pago. Tive diversas marcas me patrocinando, as principais que estiveram no Brasil desde aquele tempo.
4) Sobre a Cimtb, você se lembra do primeiro ano em que competiu no evento? Poderia destacar os melhores resultados como elite?
Eu corri a CIMTB quando ainda era a Copa Ametur de MTB, lá na Fazenda Sossego, em Carandaí (MG). Corri na elite, chegando até a ter uma camiseta de líder da época.
5) Além disso, você seguiu competindo o evento nas demais categorias?
O Rogério Bernardes me convida sempre, para estar no evento dele. Um cara super bacana. Espero que em 2023 eu participe, talvez em Taubaté (SP) e Araxá (MG). Vamos ver se consigo ir nessas duas. Eu sigo competindo, em diversos eventos, sempre na categoria entre 50 a 59 anos. Sigo com uma carreira longa, com bons apoios.
6) A nível nacional e internacional, quais foram os principais resultados e feitos obtidos no ciclismo?
Em termos de nível nacional e internacional, já fui campeão brasileiro na elite, além de conquistar posições no pódio entre segundo e terceiro. Nas categorias atuais, tenho vencido porque estou numa fase boa e faço valer minha experiência dos anos de profissional. Tenho uma condição boa em termos físico e sigo vencendo embora concorra com atletas mais novos. Já fui campeão Pan-Americano Máster, fui medalha de bronze no Campeonato Máster de 2011. Já venci GP Ravelli, Bike Biker, Open Cup, tive resultados legais no Rocky Mountain Games. Eventos que são legais também.
7) Sobre a tua época de auge profissional, quem eram os seus principais adversários? Como era a relação dentro e fora das pistas?
Tive problemas de equipamento na minha época. Ainda mais quando o Edu Ramires apareceu e veio de fora com duas bikes de alto nível, num ritmo muito forte então… Mas aí, comecei a melhorar meu condicionamento e pude vencer provas contra ele. Na minha época tinha o Harley, de Campinas, que andava muito bem nas provas de longa duração. Tinha o Claudinho Branco, do Rio de Janeiro, que não podemos deixar de lembrar dele, um cara difícil de bater. Havia outro Cláudio do Rio, que atualmente ganhou até um Brasileiro de Maratona em cima do Abraão Azevedo. A relação sempre foi bacana. De amizade e troca de ideias. Com o Ramires troco ideia até hoje. Minha inspiração no MTB e BMX. Nos falamos sempre e é bem legal isso.
8) Voltando a falar de Cimtb, como você avalia a competição em termos de estrutura, organização?
CIMTB Michelin é a grande referência do País em termos de evento XCO. De um nível e magnitude bastante grandes. Traz muitos ciclistas de fora para competir. Evento gigante, que sem dúvida é o melhor em termos de circuito fechado no Brasil. Não há nada com essa estrutura. É a primeira no Brasil e não tem uma prova tão organizada como essa. Até pela mídia que envolve.
9) Como você define o que é a bicicleta na sua vida?
A bicicleta é tudo na minha vida. É uma identificação. Algo que proporciona bem estar e alegria muito grandes. Quando estou treinando, me sinto muito bem. Treinar e competir no MTB, são coisas que me fazem bem mesmo. Minha vida seria difícil de imaginar sem a bicicleta.
10) Atualmente, quais são seus planos e projetos?
Sobre a CBMM
Líder mundial na produção e comercialização de produtos de Nióbio, a CBMM possui mais de 400 clientes, em 50 países. A companhia fornece produtos e tecnologia de ponta aos setores de infraestrutura, mobilidade, aeroespacial, saúde e energia. Fundada em 1955, em Araxá, Minas Gerais, a CBMM apoia iniciativas que visam o desenvolvimento socioeconômico, cultural e esportivo nos locais onde atua, buscando beneficiar essas comunidades e auxiliar na formação das próximas gerações. Para mais informações, visite: cbmm.com/pt/media-center.
Sobre a Michelin
A Michelin, líder do segmento de pneus, se dedica ao desenvolvimento da mobilidade de seus clientes, de forma sustentável, criando e distribuindo os pneus, serviços e soluções mais adequados às suas necessidades; fornecendo serviços digitais, mapas e guias, para ajudá-los a tornar suas viagens experiências únicas; e desenvolvendo materiais de alta tecnologia, que atendem à indústria da mobilidade. Sediada em Clermont-Ferrand (França), a Michelin está presente em 170 países, emprega mais de 123.600 pessoas em todo o mundo e dispõe de 71 centros de produção implantados que fabricaram cerca de 170 milhões de pneus em 2020. (www.michelin.com.br).
Sobre a Sense Bike
A Sense Bike nasceu em 2009, como uma marca desenvolvida por ciclistas para ciclistas apaixonados, com o objetivo de oferecer bicicletas capazes de encantar pela experiência positiva ao pedalar. Ao longo dos anos, a fabricante marcou seu nome no Brasil, conquistando público, mercado e imprensa especializada. Em 2016, a Sense Bike desenvolveu seus primeiros modelos em fibra de carbono, através de uma parceria com a Swift Carbon: Impact Carbon, Invictus e Prologue. Além disso, a marca é uma das que mais investe no mercado de All-Mountain, Enduro e Elétricas, sendo a única marca nacional a oferecer uma bicicleta elétrica de trilhas de alto desempenho, com quadro em fibra de carbono. Por isso, a Sense Bike é uma das líderes de mercado e pioneira no setor, contando com uma estrutura completa de criação, importação, estoque, distribuição, marketing, pós-venda e comercial.
História da CIMTB Michelin
A organização da CIMTB Michelin realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2004, a CIMTB Michelin tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos nos ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024. Em 2022, a CIMTB Michelin aumentou ainda mais sua relevância internacional, com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo Mercedes-Benz de Mountain Bike 2022, em Petrópolis. Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1996, primeiro ano do MTB em Olimpíadas.